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Jader H. Faleiro
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Vivemos em uma sociedade que quer customizar
tudo ao seu jeito; uma sociedade que não gosta de ser confrontada, que vive
somente as aparências, máscaras que são trocadas de acordo com a necessidade
onde até mesmo Deus precisa ser adaptado às necessidades das pessoas, sendo
crido e interpretado como um “deus submisso” que vive para atender os pedidos narcisistas
das pessoas, precisando suportar a maneira de viver leviana com ameaças de não
ser mais lembrado. Como um grande amigo costuma dizer: “vivemos em uma
sociedade mimada”! Tudo precisa ser “para ontem”!
Quem nunca ouviu a solene frase dizendo:
“Deus me ama do jeito que eu sou”! Mas será que Ele realmente nos ama do jeito
que somos? Para entendermos melhor essa colocação temos que analisar duas
afirmações dentro da mesma frase: a primeira é “do jeito que eu sou” e a segunda
é “Deus me ama”. Inverti a frase para criar um melhor entendimento, então
vejamos:
Quando eu digo “do jeito que eu sou” estou me
referindo a um ser caído, que em sua queda (entrada do pecado na vida humana)
perdeu a comunhão com Deus. E essa queda foi tão catastrófica que em todas as
esferas de sua vida o homem foi contaminado pelo pecado não lhe restando nada
de puro, nem mesmo seu intelecto ou sua capacidade de escolha; e seu
discernimento entre o bem e o mal também não escapou imune de modo que o que
ele julga ser bom, pode ser ruim aos olhos de Deus e o que ele reprova pode ser
aprovado por Deus, pois Deus não vê como o homem: o homem olha o exterior, mas
Deus vê o coração, disse o profeta Samuel a família de Jessé.
Assim, vamos refletir: como pode Deus me amar
do jeito que eu sou, se esse “jeito” é contrario a Sua santidade, aos Seus
padrões morais e éticos?
A primeira parte da dita frase está correta,
verdadeiramente “Deus me ama”, mas não do jeito que eu sou, Ele me ama a ponto
de entregar Seu Filho à morte para me livrar desse “meu jeito caído”, pois como
diz João em seu evangelho: “Pois Deus
amou o mundo de tal maneira que entregou o seu filho unigênito para que todo
aquele que Nele crê não pereça mas tenha vida eterna.” (Jo 3:16)
O sacrifício de Jesus na cruz foi a prova que
sim, Deus nos ama, mas não do jeito que eu sou, Ele me ama a ponto de me
resgatar e me salvar e salvar em todos os sentidos, não apenas me livrar de um
tormento futuro, mas também me salvar do “meu jeito caído de ser” e ao me
salvar ele me chama à responsabilidade de viver uma nova vida Nele, um novo
nascimento onde as “coisas” não podem ser mais do meu jeito, mas do jeito dEle
e isso não quer dizer que não pecaremos, mas se pecarmos temos um Advogado
junto ao Pai.
Na verdade o Evangelho nos chama à renuncia,
ao arrependimento, ao entendimento de que necessitamos conhecer a Deus como Ele
é e, não, criarmos um conceito de deus adaptado a nossa vontade.
Portanto, em síntese, concluímos que o Evangelho
nos revela o amor deste Deus e Sua vontade: Deus me ama e ao receber e entender
este amor eu mudo o meu jeito por amor a Ele e com o auxilio dEle, pois o Evangelho nos revela o quanto somos Seus dependentes. Então, podemos afirmar
sem hesitar que essa sociedade precisa conhecer Deus por meio de Sua palavra
e experimentar uma vida do “jeito” de Deus que é o único válido e
aprovado aos Seus olhos.