Imagens extraídas do Google Image Prof. Leonardo Miranda
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Quando um material de pesquisa no campo da História está sendo produzido, é de se supor que o autor sonhe, reflita, se veja imaginariamente diante do leitor ou estudante, mas acima de tudo, ainda que esteja longe na realidade, é possível sugerir que ele deseje que a pessoa que tiver contato com sua bibliografia seja transformado.
A História da Teologia, encontrada em diversas obras bibliográficas, revela sobre pessoas que foram transformadas e entenderam que elas não deveriam se comportar como passivas diante da locomotiva da vida que passava por elas. Antes, elas poderiam ser em parceria com Deus, o maquinista, co-autores na construção da História e da própria vida. E é pensando assim que se conclui que o contato com qualquer literatura de História da Teologia só pode resultar em duas consequências: uma tomada de consciência ou não.
O que se espera é que o estudante compreenda e se veja não como mais um na multidão, mas como alguém que pode promover significativas contribuições. Só porque normalmente o conteúdo exposto nos livros de História da Teologia encerra-se no século XX isto não quer dizer que novas propostas teológicas não possam ser construídas, ou até que novas tentativas de resgatar a Identidade da Igreja não possam ser tentadas ou até mesmo que não se possa pensar sobre a suficiência ou a insuficiência dos modelos teológicos atuais.
Seria pecado ou atrevimento avaliar a ortodoxia e adequá-la aos dias de hoje? Seria errado tentar aproveitar os princípios da Reforma Protestante e quem sabe até lutar por uma nova Reforma? Seria inconveniente ousar nas respostas teológicas para hoje? Seria antiquado lutar pela chama do Cristianismo na pós-modernidade em face de tanto relativismo? Ou o pecado está exatamente na omissão? Isto é, no bem que o cristão, e mais especificamente o teólogo, sabe que tem que fazer e não faz?
Algo interessante de se notar é que Deus não construiu a História da Teologia sozinho. Muito pelo contrário, Ele deu discernimento a homens que, depois de terem sido resgatados pela sua graça, lutaram em prol do Evangelho, da verdade de Deus que sempre se mostrou antagônica aos valores estabelecidos pelo pecado na vida humana.
Assim, a História da Teologia continua, porque o cristianismo continua, a Igreja continua. Passarão os céus e a terra, mas as palavras do Senhor Jesus não hão de passar e se ele estabeleceu a Igreja e prometeu que as portas do inferno não prevalecerão, é porque a Igreja sairia de seu lugar e iria ao encontro das vidas que precisam receber a mensagem do Evangelho, saqueando, metaforicamente, o inferno. E essa ação missionária demandaria, como continua demandando, respostas tanto aos incrédulos quanto aos recém-chegados à fé cristã e até mesmo aos próprios cristãos.
Os grandes momentos de produção teológica ocorreram e anda ocorrem exatamente dessa relação com a prática evangelical. Não para satisfazer as necessidades do ser humano como um fim em si, mas para a obediência, por gratidão a Cristo, conscientes de sua obra. Desse modo, os questionamentos nascem do contato com o anúncio da verdade bíblica no meio dos não-convertidos e o berço das novas teologias está onde os cristãos sinceros e desejosos da implantação e vivência do Reino estão.
De fato, a História da Teologia continua. Enquanto Cristo não se manifestar com o Reino plenamente, o teólogo continua tendo a obrigação de contribuir com respostas no meio de sua comunidade e continua sendo capacitado por Deus para defender o cristianismo, refutando os falsos ensinos e batalhando pela fé que uma vez foi dada aos santos.
Assim, o que se faz é um convite a todos os “profetas Isaías” que são ao mesmo tempo “Apóstolos”, “Pais da Igreja”, “Reformadores” e acima de tudo, ministros do genuíno Evangelho da Graça em seu coração! Que se “coloquem na brecha” e sejam usados por Deus para denunciar as heresias, os erros e as controvérsias teológicas, sempre com zelo, mansidão, humildade, ponderação, reflexão e sensibilidade espiritual. Tendo o cuidado de entender que a unidade cristã absoluta é uma utopia e a maturidade para saber que não se deve fazer uso desnecessário do poder, e nunca abandonar os princípios bíblicos e a oração, jamais desanimando por causa dos obstáculos internos ou externos, afinal, se nossos “antepassados na fé” desistissem, a mensagem sobre o amor de Deus não teria chegado a nós.
Daí o convite, a todos os que desejam contribuir para a confirmação de que o Reino de Deus é uma realidade, e se manifesta entre os homens através da Igreja e suas ações no mundo, incluindo as ações teológicas, que sempre serão possíveis... porque a História da Teologia continua!
Pense nisto!