Prof. Leonardo Miranda
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Durante todo o percurso da história humana, a busca de Deus, por parte do homem, tem tomado muitos rumos. O resultado é essa enorme diversidade de expressões religiosas que se vê no mundo todo; desde o politeísmo do Hinduismo, passando pelo Animismo, Espiritismo ou Xamanismo, até o monoteísmo do Judaísmo, Islamismo e do Cristianismo. Não contando as “filosofias orientais” do Xintoísmo, Taoísmo, Budismo e Confucionismo. Diante deste fenômeno pergunta-se: Será que esta busca por Deus tem sido bem sucedida?
Ao contrário do que pensam os evolucionistas, o ser humano tem uma dimensão espiritual que o torna diferente, superior, em relação às demais criaturas. Ele nasce com ânsia de desvendar o desconhecido. Está sempre perguntando: Qual é o sentido da vida? O que acontece após a morte? Qual é a relação do homem com o mundo material? E com o universo? Ele é impelido também pelo desejo de alcançar algo mais elevado ou mais poderoso do que ele próprio, para que de algum modo possa controlar o seu meio ambiente e a sua vida. Ivar Lisser, em seu livro “Man, God. and Magic” (O Homem, Deus e a Magia) explicou que as energias do homem jamais foram orientadas meramente na direção das necessidades da vida. Muito pelo contrário, a humanidade persevera sempre procurando, aspirando o inatingível; e este anseio estranho e inerente no ser humano é sua espiritualidade”.
Naturalmente, os que não crêem em Deus não encaram o assunto dessa maneira. Em geral atribuem essa tendência às necessidades do homem, psicológicas ou outras. Não sabemos todos nós que, diante do perigo ou de uma situação desesperadora, a primeira reação da maioria das pessoas é recorrer a Deus ou algum poder superior em busca de ajuda? Tem sido assim tanto hoje como em tempos idos.
Sem querer entrar em detalhes da antropologia e sociologia da religião, por causa de sua espiritualidade, no passado os povos criaram uma estonteante variedade de práticas religiosas através das quais esperavam apelar aos deuses benevolentes e apaziguar os temíveis. Algumas daquelas práticas que chegaram aos nossos dias tais como a reverência e o temor para com espíritos sagrados e poderes sobrenaturais, o uso da magia, a adivinhação do futuro através de sinais e agouros, astrologias e variados métodos de ler a sorte. A diferença é que hoje estão trasvestidas com novas roupagens, como por exemplo, pessoas hoje que crêem que certas coisas e objetos são sagrados, e elas as usam como objetos de devoção. Constroem altares, santuários e templos nesses lugares. O rio Ganges é sagrado para os hindus, cujo mais acalentado desejo é banhar-se nele quando em vida e terem suas cinzas espalhadas sobre ele quando morrem. Os budistas consideram uma extraordinária experiência adorar no santuário em Buda Gaia, Índia, onde se diz que Buda foi iluminado debaixo de uma figueira-dos-pagodes. Alguns católicos vão de joelhos à Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, ou banham-se nas “águas sagradas” do santuário de Lourdes, na França, em busca de curas milagrosas. Alguns evangélicos se banham com “sabonetes consagrados” para se verem livres de males sobrenaturais ou se isolam numa espécie de “retiro espiritual” em lugares ermos como matas, montes e vales sob a alegação de que o local é sagrado. Como se pode notar, venerar coisas criadas, em vez de se buscar o Criador, ainda é muito comum hoje.
Toda essa estrutura comportamental revela claramente que, por causa da espiritualidade, o ser humano precisa religar-se a algo externo a ele. Dessa necessidade, as religiões não cristãs desenvolvem sua crença e ensinamentos a partir de duas vias: 1ª) em torno da existência do divino como um ser impessoal, uma espécie da força ou energia do universo; 2ª) em torno da inexistência desse divino, enfatizando apenas a necessidade de boas obras e do desapego ao ambiente planetário em que vivemos. Assim, esses vários segmentos religiosos nunca chegam a um consenso.
Quando avaliamos o sentido da existência na perspectiva da espiritualidade, percebemos que todas as pessoas, independente de seu país, cultura e religião, manifestam um profundo desejo pela vida. Portanto, os movimentos religiosos, questionáveis e confusos, cada qual se mostrando falsamente como mais eficiente, atraindo e levando multidões consigo nada mais são do que tentativas de expressar vida. Elas têm “semelhança de vida”, mas na verdade são as compensações para um estado de morte espiritual segundo a definição de Austin Sparks em seu livro O Testemunho do Senhor e a Necessidade do Mundo. Por isso insisto na pergunta: Será que esta busca por Deus tem sido bem sucedida?
Ainda de acordo com Sparks, desejar a vida é experimentar o que é real e concreto baseado na necessidade de dinamismo, força, capacidade, recursos para as realizações, para alcançar, para ser eficiente em oposição a ser fraco e derrotado, é a necessidade do poder e da abundância. Todas essas carências resumem o profundo desejo pela vida. Enfim, para o ser humano em sua finita compreensão, não basta existir, é preciso experimentar a vida por meio da satisfação. E tal expectativa se intensifica por causa da consciência da morte. Mesmo que haja muitas tradições, histórias de povos e indivíduos poderosos, doutrinas, “caminhos que conduzem à luz” espalhados neste mundo, a realidade com que todos se deparam é a morte, é a limitação espiritual. E agora? O desejo pela vida continua! O fenômeno da espiritualidade continua presente! Onde encontrar a resposta? Simples: em Deus, mas somente no cristianismo!
Note! As religiões não conseguem suprir totalmente a ânsia pela vitalidade, mas o grande diferencial do cristianismo é que somente o testemunho do Senhor Jesus possui a resposta: a ressurreição. Ressurreição é a palavra-chave para a fé e que é capaz de suprir tal ânsia pela vida, promovendo dois esclarecimentos essenciais para o ser humano:
1. A promessa da ressurreição implica uma posição totalmente nova para o homem: Significa novidade de vida. Agora tudo é novo, as coisas velhas como a cegueira espiritual e a condenação pelo pecado já não existem mais. A morte de Cristo em nosso lugar deve ter um efeito espiritual em nós. Estávamos espiritualmente mortos e fomos vivificados pela vida de Cristo; assim, o prosseguimento da vida humana pela eternidade baseia-se no poder que vêm unicamente de Deus sobre aqueles que se entregaram a Cristo.
2. A Morte de Cristo traz benefício para nós aqui e agora: se morreu por nós, o efeito deve estar registrado em nós; precisamos “morrer em Cristo” para o pecado, (aqui significando que a natureza humana foi contaminada pelo pecado). Com isso, a novidade de vida se manifesta na crença correta, na assimilação de novos valores (os ensinados pelo Evangelho de Cristo), e no novo comportamento baseado nesses novos valores.
A necessidade da humanidade é vida em todas as esferas? A resposta bíblica é “sim”; mas essa não é encontrada na realidade, no poder, e nem na satisfação; é encontrada na ressurreição. Ressurreição indica o ilimitado, é movermos num reino sem fronteiras, experiência viva e espiritual e que começa aqui. Significa antes de tudo, um lugar de morte para que então possa surgir vida. Jesus afirmou que aquele que crer nele passou da morte para a vida, ainda que esteja morto viverá!
Pense nisto!
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