Fabiano Xavier
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Você
sabe quem é seu verdadeiro inimigo?
É
comum ouvir no meio cristão que o diabo é nosso inimigo. De fato ele é adversário,
salvo, quando se age verdadeiramente como igreja, pois qual seria outro motivo
dele se levantar contra um mísero homem que somos cujas vidas são tão efêmeras (Tg 4:14)? Na
verdade, como inimigo de Deus ele luta contra sua criação. Logo, o sentido de se
levantar contra os eleitos se deve ao fato dele se opor a Deus. O que quero
dizer é que por mais que o diabo esteja ao nosso derredor (1Pe 5:8), ele nada
pode fazer contra a igreja se Cristo, nosso Senhor e verdadeiro possuidor de
todo poder, não permitir (Mt 16:18; Mt 28:18).
Em
nosso meio há quem semeie um medo do agir de satanás de forma exagerada (não
que essa preocupação deva ser deixada de lado), quando na verdade existem também
outros inimigos perigosos para nossa caminhada cristã e que por muitas vezes
não damos muita atenção. Esses inimigos são muitas vezes o que o diabo usa
verdadeiramente para nos confundir. Na
maioria das vezes o agir do adversário é simplesmente não agir, ou seja,
apenas encorajar o inimigo que reside no homem e assistir como este fica confundido e
recuado.
Refletindo
sobre a ocasião onde Davi enfrenta Golias (sem comparar o gigante com os
problemas e outras coisas) percebemos que inimigos muito mais nocivos são
desprezados, quando se foca apenas em um inimigo aparente.
Então, saiu do arraial dos
filisteus um homem guerreiro, cujo nome era Golias, de Gate, que tinha de
altura seis côvados e um palmo. Trazia na cabeça um capacete de bronze e vestia
uma couraça de escamas; e era o
peso da couraça de cinco mil siclos de bronze. E trazia grevas de bronze por
cima de seus pés e um escudo de bronze entre os seus ombros. E a haste da sua
lança era como eixo de tecelão, e o ferro da sua lança, de seiscentos siclos de
ferro; e diante dele ia o escudeiro.
E
parou, e clamou às companhias de Israel, e disse-lhes:
-
Para que saireis a ordenar a batalha? Não sou eu filisteu, e vós, servos
de Saul? Escolhei dentre vós um homem que desça a mim. Se ele puder
pelejar comigo e me ferir,
seremos vossos servos; porém, se eu o vencer e o ferir, então, sereis
nossos
servos e nos servireis.
Disse
mais o filisteu: Hoje, desafio as companhias de Israel, dizendo: Dai-me um
homem, para que ambos pelejemos.
Ouvindo,
então, Saul e todo o Israel essas palavras do filisteu, espantaram-se e temeram
muito.
Você consegue perceber que
ao ouvirem as palavras do gigante os verdadeiros inimigos se apresentaram? Sim,
espanto e temor!
Se prestarmos atenção às nossas vida veremos quantos são os inimigos de
nossa alma; em nossa alma!
Quantas vezes não cumprimos
nosso papel como cristãos por causa de adversários que se colocam diante de nós
por nós mesmos? Qualquer um que analisar a própria vida perceberá que muitas
vezes o verdadeiro inimigo está em si mesmo e é encorajado pelo maligno. Paulo
adverte os cristãos em várias ocasiões de suas epístolas a derrotar o inimigo
íntimo:
Mortificai, pois, os vossos
membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado,
a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira
de Deus sobre os filhos da desobediência; nas quais também, em outro tempo,
andastes, quando vivíeis nelas (Cl 3:5) .
Mas, agora, despojai-vos também
de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da
vossa boca (1Co 3:5-8).
Mas o pecado, tomando ocasião
pelo mandamento, despertou em mim toda a concupiscência: porquanto, sem a lei, estava morto o pecado (Rm
7:8).
Digo, porém:
Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne (Gl
5:16).
Tiago
também revela contra o que devemos lutar:
Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque
Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado
pela sua própria concupiscência (Tg 1:13-14).
Deus quer trocar o fruto do nosso pecado
pelo seu fruto do Espírito Santo (Gl 5:22).
Lutemos contra nós mesmos. E
uma vez derrotado nosso fruto do pecado, o diabo não terá o que incentivar em
nós para nos conduzir à perdição.
Façamos guerra contra a
concupiscência, o medo, o temor, a timidez, a altivez, a dúvida, a ira, o preconceito,
a discriminação, a lascívia, o ódio, o egoísmo, a avareza, a calúnia, a desobediência,
a ingratidão, a irreverência, a traição, o amor pelo dinheiro, a imoralidade, o
desrespeito, a falta de fé, o pragmatismo, a língua...
Supliquemos hoje pelo fruto
do Espírito e para que Deus em sua infinita misericórdia nos revista de sua
armadura para que possamos resistir quando o maligno tentar encorajar o inimigo
em nós.