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segunda-feira, 17 de junho de 2013

O LUGAR DA ÉTICA CRISTÃ NAS QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS

Imagem extraída do Google Image
Prof. Leonardo Miranda
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Fenomenologicamente o ser humano tem a necessidade de interagir com a realidade existente. A grande evidência social de que alguém está vivo, isto é, alguém, de fato, sabe viver e a aproveitar a vida, gozar do benefício da existência, é a interação. Interagir significa exercer ação mútua com algo ou alguém, afetando ou influenciando o desenvolvimento ou a condição um do outro, mantendo sempre a comunicação, o diálogo em dada situação, seja ela familiar, profissional etc[1]. Esse ato de relacionar-se e de compartilhar de determinada atividade com outro é o que caracteriza a interação.

Mas, considerando os aspectos da individualidade, da coletividade e os culturais, as pessoas e comunidades podem ser comparadas grosseiramente às impressões digitais. Assim como cada dedo possui uma distinta, ninguém é igual a ninguém e mesmo que muitas informações como as dadas pela educação, pela política, pela economia e pela arte e outros domínios da vida, sejam comuns a todos, a forma de absorção destas informações não será a mesma. Cada pessoa processa as mesmas informações de modo diferente. E como se já não bastasse, o comportamento, decorrente da apropriação de valores, em cada pessoa também se manifesta de forma diferente. Cada pessoa se comporta com base nos valores que considera correto.

Eis, então, o grande desafio da interação. Como saber se os valores e os comportamentos estão corretos ou errados? Como saber se a própria interação está correta ou é correta do modo como ocorre? E se está, quem estabeleceu que está? Esta certeza é interna, isto é, parte da subjetividade de um, que influencia o restante ou é externa? Se é interna, com que autoridade este alguém estabeleceu que seus valores estão corretos? Se é externa, de onde vem? E quem estabeleceu que a certeza externa é que está correta?

Como se pode perceber, diante de tantas perguntas, é notório que o ser humano precisa de um ponto de referência fora de si, que seja infinito, para conseguir responder! Do contrário, o desafio continuará e a resposta satisfatória não virá! Assim, considerando que o cristão é o pensador que compreende a necessidade de tal busca pelo referencial externo e este referencial é Deus, esta é a base para se refletir teologicamente sobre as questões éticas enfrentadas na atualidade.

Repare que tudo se origina na interação. Se esta necessidade fenomenológica não existisse, se cada ser humano fosse como uma ilha, isto é, totalmente isolado, se não houvesse a precisão da inter-relação e, consequentemente da interdependência, certamente não existiriam as questões éticas. Mas, como há esta interação, então, é necessário que se reflita sobre as questões éticas. Isto não levando em consideração que os conflitos decorrentes da interação são por causa do pecado. Além disso, a sociedade está em constante transformação. Hoje se apregoa um valor, amanhã este valor pode mudar, pois, a pós-modernidade é caracterizada justamente pela relativização e incerteza de valores.

Como já se sabe, a origem das questões éticas está na interação entre os seres humanos entre si e com o restante da realidade. Mas sua manifestação ocorre nas instituições socais das mais diversas. Elas se manifestam nas instituições familiares basicamente através do amor-próprio, da sexualidade, do controle da natalidade, do aborto e do divórcio. Já nas instituições civis, elas se manifestam na relação política, nas finanças privadas e públicas, na consideração dada à ecologia, diante dos vícios dos mais variados, na relação com o infrator pela pena de morte, na situação de transplantes e doação e órgãos, na eutanásia, na bioética, na saúde pela clonagem de seres humanos e na prática da justiça em qualquer instância. Nas instituições militares, a questão principal é sobre a guerra e nas instituições religiosas o grande desafio é sobre a tolerância ou não-tolerância religiosa diante do outro que crê de modo diferente e como um deve se comportar perante o outro.    

Mediante o aparecimento e o incômodo social provocado pelas questões éticas, como fica a ética cristã? Ou como deve se posicionar quanto às dificuldades e questionamentos? Já se sabe que a ética cristã é tão válida enquanto sistema de pensamento quanto a ética não cristã. Assim, nas relações com as instituições familiares, civis, militares e religiosas, o posicionamento da ética cristã deve seguir uma estrutura lógica com pressuposições próprias, autenticamente bíblicas[2]. Em outras palavras, a ética cristã, não precisa e não assume as prerrogativas não-cristãs de interpretação da realidade.

Para começar, cada questão ética deve ser considerada um caso particular. Quando se pergunta se um preço é justo, ou se um aborto praticado foi moralmente justificado ou se a mentira do médico na tentativa de poupar o sofrimento é correta[3], estes são exemplos de casos particulares em que a ética cristã defronta-se diariamente, perguntando sobre o que é certo e o que é errado em cada situação. Assim, para se iniciar a discussão ética, o cristão deve perguntar qual o significado de cada questão mencionada acima.

A seguir, o pensador cristão, teólogo ou leigo, deve perguntar quais as consequências mediante os casos particulares serem praticados e mediante não serem praticados, ou seja, quais os argumentos contrários e quais os argumentos a favor da prática. Diante das possíveis respostas, só terá condições de prosseguir em seu raciocínio pelo uso dos princípios morais. Tratam-se dos mais abrangentes e importantes conceitos éticos extraídos das Escrituras. Eles não se aplicam apenas em algumas atividades, mas a todas, significando que para a ética cristã existem princípios universais. São, portanto, princípios sem exceção, que não cedem a qualquer tipo de conveniência. Leis justas, governo justo, economia justa, preços justos, salários justos, relações tranquilas entre esposo e esposa e entre as nações, etc. são alguns princípios morais que fundamentam a ética, pois eles procedem de Deus[4].

Então, este mesmo pensador deve voltar sua preocupação para a tentativa de conduzir suas conclusões à prática diária; e isto acontecerá quando estabelecer as regras morais. Os princípios morais são expressos nas atividades práticas através das regras morais. Um exemplo interessante está no texto de Êxodo 20:13 que transforma o princípio da preservação da vida numa regra prática: “Não matarás”.

Acima de tudo, nesta interação entre a ética cristã e as instituições sociais variadas, o pensador deve entender que é a crença em Deus e nos valores bíblicos que certamente o conduzirá ao discernimento do que é certo e do que é errado, norteando seu comportamento ao mesmo tempo em que o capacita a distinguir o que realmente é proveitoso e o que não é para a fé e a própria relação com Deus, pois sua ética se baseia exatamente nisto: a Revelação especial de Deus.

Pense nisto!


[1] Dicionário Eletrônico Houaiss.
[2] HOLMES, Arthur F.. Ética: As decisões morais à luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
[3] Estes exemplos de casos particulares são discutidos com o nome de regras de negócios, direitos do nascituro e faltar à verdade.
[4] “Que é que o Senhor pede de ti... senão que pratiques e justiça, ames a beneficência e andes humildemente com o teu Deus?” (Mq.6:8).

Um comentário:

  1. muito interessante este artigo pois nos deparamos em uma sociedade de múltiplos pensamentos e cada um com seus ativistas e lideres ideológicos e que coloca seus ideais como o correto, exemplo são os ateus que tem por sua convicção que Deus em suma não existe e tem por fé que o começo de tudo foi numa explosão que derivou a evolução marxista e nos como cristãos como portar nos diante destes e dos demais seguimentos da sociedade que cada vez mais se torna mais pluralista e defender apologeticamente a fé crista, interessante pois nos leva a reflexão.

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