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Pr. Márcio Leão
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Lembro-me quando criança na escola, a mistura de água e óleo era sem dúvida a mais eficaz para o aprendizado da mistura heterogenia, e essa experiência foi marcante na vida de todos nós para o aprendizado escolar, foi quando eu aprendi a diferença de misturar e dissolver: água e óleo se misturam, mas não se dissolvem por causa de suas densidades diferentes!
Em se tratando de diálogo inter-religoso, que foi muito comentado no início desta primeira década do nosso século e continua sendo discutido nos círculos acadêmicos específicos, o que se propõe é a possibilidade das religiões se entenderem entre si definitivamente, unindo-se para propósitos específicos. Dentre estes, orações pela humanidade e mãos dadas pela preservação ecológica e pela conscientização sobre a sustentabilidade. Algumas manifestações até já acontecem como a oração pela paz ocorrida na década de 80 e a participação de algumas entidades na Eco-92 no Rio de Janeiro.
Unir-se à outra religião em prol de algo que cujo objetivo é promover o bem para a sociedade ou a humanidade como um todo, é razoável, é até bíblico do ponto de vista da doutrina da vocação e do mandato cultural. Não há nenhum problema nisso, desde que sejam lançados limites bíblicos, contudo, muitos cristãos, ao serem abordados e argüidos sobre o diálogo inter-religioso não sabem como se proceder, que opinião ter! Não sabem se é certo ou errado e alguns nem mesmo se interessam pelo assunto, não sabendo o quanto é importante refletir neste assunto. Afinal é a integridade do Evangelho que está em jogo! Portanto, expresso meu parecer!
Se para que ocorra o diálogo inter-religioso em prol da humanidade isso depende de abrirmos mão de certas verdades bíblicas e “religiosas” para aceitar as de outros, e se o ato de tal aceitação signifique apostasia, então teremos que mudar o foco da nossa pregação ou até mesmo questionarmos se, de fato, estamos convictos daquilo que cremos.
Quando fazemos a leitura de alguns livros bíblicos, como Juízes, Samuel, Reis, etc; percebemos que a aceitação de outras religiões no meio do povo de Israel acabou levando o povo de Deus ao desvio da vontade divina. Não quero aqui afirmar que outras religiões em nosso meio seja um risco para nos afastarmos do caminho, mas, devemos atentar que desde os primórdios, o diálogo entre religiões quanto as suas crenças são, na verdade, água e óleo do ponto de vista bíblico-teológico.
Até alguns cristãos têm compactuado com a opinião de cientistas da religião propondo o diálogo inter-religioso como “abertura à mútua transformação”! Mas há um sério problema que está passando despercebido até aos olhos mais atentos: Será que através do diálogo inter-religioso por meio de abrirmos mão de nossas crenças bíblicas fundamentais, não estaríamos assim colocando em xeque a questão do sentido de nossa fé em Cristo? Se cremos que ser Cristão também é estar compromissado com o ide de Cristo em anunciá-lo como Senhor, como então dialogaremos com as demais religiões que o negam como o único Senhor? Não é isso que Paulo propõe aos atenienses em Atos 17: Deus uno que não se assemelha ao ouro, à prata ou à pedra o que na verdade contrariava a religião dos atenienses? E como explicar o que Paulo quer dizer na sua epístola aos Romanos 16:17,18?
Orarmos pela paz, unirmos força para a consciência ecológica, para combatermos as drogas que promovem misérias em todos os aspectos, na busca de uma humanidade mais justa, sem dúvida revela a possibilidade de um diálogo inter-religioso; até como algo necessário, porém, a ensino bíblico não deve ser negado, abandonado! Pois quando nos deparamos com a razão de nossa fé certamente estaremos diante de um grande abismo, ou seja, seremos como água e óleo, misturaremos se preciso em prol de que Deus seja glorificado no cuidado com a humanidade e com o restante da criação, mas não dissolveremos!
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