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sábado, 7 de julho de 2012

PACTO DE LAUSANNE: 1ª PARTE - REAFIRMANDO O COMPROMISSO DA IGREJA


Imagem extraída do Google Image
Prof. Leonardo Miranda
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Normalmente nos dias de hoje, quando vamos refletir sobre a igreja e seu papel na sociedade, qualquer um de nós inicia comentando sobre as dificuldades que a instituição cristã enfrenta: problemas internos e externos que a afligem ou mesmo que a contaminam. Tais observações são extremamente válidas, principalmente se o objetivo é promover a consciência coletiva de que é preciso melhorar. Contudo, quero convidar o leitor a pensar de modo diferenciado desta vez. Mesmo diante das crises eclesiásticas, creia que Cristo é o autor e consumador de nossa fé! E que aqueles que são seus, Ele os guarda e nenhum se perderá, antes, estão preservados para o porvir; e crer nisto não significa afirmar nenhuma irresponsabilidade por parte dos cristãos e muito menos se manter na crise. Mas acredite: ela passará! Crendo nisto, estamos mais seguros e ao mesmo tempo livres para pensarmos nos deveres da Igreja.

A Igreja foi estabelecida por Jesus como sociedade que pertence e já experimenta o Reino de Deus e cuja obrigação é a pregação do Evangelho. Obviamente que esta pregação não se resume apenas em retirar uma pessoa de seus afazeres e aproveitar a atenção dela para anunciar oralmente o Evangelho. Isto também é importante, mas não é tudo. Anunciar o Evangelho é vivermos cotidianamente o Reino de Deus e seus valores sempre esperançosos no cumprimento das orientações bíblicas. Este é o compromisso da Igreja! Mas será que isto tem acontecido? Sabedores deste compromisso, que tal pensarmos no Pacto de Lausanne? Você já ouviu falar?

Este é um documento surgido em 1974 como resultado do Congresso Mundial de Evangelização em Lausanne, cidade suíça. O Pacto possui 15 afirmações na forma de tópicos em que os representantes de mais de 150 nações prometem se dedicar à evangelização em nível mundial depois de se declararem arrependidos e totalmente conscientes de seu fracasso nesta empreitada até aquele momento. Vejamos os primeiros 5 dos 15 pontos do Pacto, que resumidamente são:

1.     O propósito de Deus: Afirmamos a nossa crença no único Deus [...], Criador e Senhor do Mundo [...], que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. Ele tem chamado do mundo um povo para si, enviando-o novamente ao mundo como seus servos e testemunhas, para estender o seu reino[...]. Confessamos, envergonhados, que muitas vezes negamos o nosso chamado e falhamos em nossa missão [...]. À tarefa de tornar esse tesouro conhecido, no poder do Espírito Santo, desejamos dedicar-nos novamente.

2.     A autoridade e o poder da Bíblia: Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras [...]. Também afirmamos o poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. Através dela o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina as mentes do povo de Deus em toda cultura, de modo a perceberem a sua verdade.

3.     A unicidade e a universalidade de Cristo: Afirmamos que há um só Salvador e um só evangelho, embora exista uma ampla variedade de maneiras de se realizar a obra de evangelização. Reconhecemos que todos os homens têm algum conhecimento de Deus através da revelação geral de Deus na natureza. Mas negamos que tal conhecimento possa salvar [...]. Também rejeitamos, como depreciativo de Cristo e do evangelho, todo e qualquer tipo de sincretismo ou de diálogo cujo pressuposto seja o de que Cristo fala igualmente através de todas as religiões e ideologias. Jesus Cristo, sendo ele próprio o único Deus-homem, que se deu uma só vez em resgate pelos pecadores, é o único mediador entre Deus e o homem. [...] Proclamar Jesus como "o Salvador do mundo" não é afirmar que todos os homens, automaticamente, ou ao final de tudo, serão salvos; e muito menos que todas as religiões ofereçam salvação em Cristo. Trata-se antes de proclamar o amor de Deus por um mundo de pecadores e convidar todos os homens a se entregarem a ele como Salvador e Senhor no sincero compromisso pessoal de arrependimento e fé.

4.     A natureza da evangelização: Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e crêem. [...]... a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor [...].  Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado. Jesus ainda convida todos os que queiram segui-lo a negarem-se a si mesmos, tomarem a cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade. Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo.

5.     A responsabilidade social cristã: Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. [...]... afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar, mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.

Pois bem, como podemos notar, o Pacto não é mera retórica ou simples ilustração de um momento muito bonito que a Igreja passou e agora se foi, como se tivesse ficado só na lembrança. Não! Antes, seu conteúdo serve para hoje e continuará servindo para as gerações futuras até que venha o Senhor Jesus. Perceba quão atuais são os compromissos. Costumo crer que do mesmo modo que precisamos conhecer os Credos “Apostólico”, “Niceno”, “Niceno-Costantinopolitano” e a “Definição de Calcedônia, pois compõem as bases ortodoxas de nossa fé, igualmente todo cristão deveria aprender o Pacto de Lausanne e procurar aplicá-lo.

Não se trata de colocá-lo no lugar da Bíblia! Isto jamais! Mas trata-se de usá-lo como referencial ou lembrete de que a Igreja tem um compromisso com Deus e diante dEle com a realidade criada, mais especificamente com a humanidade. Releia e pense em como tem sido o seu cristianismo, como tem sido a sua relação com Deus, pois, se estiver saudável, consequentemente você já deve estar consciente de seus deveres enquanto igreja e vivendo isto mesmo sem nunca ter lido o Pacto de Lausanne.

Pense nisto!

P.S.: Ainda virão mais 2 artigos: a parte 2 e a 3 com as reflexões sobre o Pacto de Lausanne e sobre a responsabilidade da Igreja.   

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