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sábado, 3 de março de 2012

ASPECTOS BÍBLICO-TEOLÓGICOS DA LIDERANÇA CRISTÃ


Imagem extraída do Google Image
Prof. Leonardo Miranda
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Faz uns seis meses que li dois livros sobre “abuso espiritual”. O tema é novo para a reflexão em alguns círculos evangélicos, mas é muito antigo na prática. Um livro apresenta casos de pessoas que hoje tem dificuldades de congregar, de se reinserir no contexto de uma denominação novamente por serem vítimas do tal abuso espiritual; já o outro livro apresenta um breve conceito, como identificar o abuso e uma breve reflexão teológica sobre a resposta bíblica tanto para os abusadores quanto para os abusados.

Mas o que mais me chamou a atenção na leitura das literaturas foi que em ambas os autores procuraram diferenciar abuso espiritual de autoridade espiritual, e, neste caso, mais especificamente dos chamados líderes cristãos institucionais, isto é, aqueles que atuam diretamente no envolvimento com as pessoas na instituição Igreja. O abuso é feito por pessoas despreparadas e a autoridade espiritual tem como base o serviço ao próximo. Desses livros proponho refletirmos nas características bíblico-teológicas da liderança cristã que conferem a verdadeira autoridade para estes líderes e quais os seus limites para não abusarem de ninguém. Veremos que é algo diferente de hoje!

Atualmente se uma pessoa tem uma boa retórica ela é uma forte candidata a ser líder, se outra pessoa é extrovertida e conhece técnicas de comunicação e marketing já está concorrendo a liderança, se, ainda outra, sabe se relacionar bem, ser política e até bajular, temos uma vencedora! Não há, então, uma preocupação em preparar a pessoa para ser um líder ou uma líder no cristianismo brasileiro quase que de modo geral.

Todavia os parâmetros bíblicos não são estes. Sugiro um resgate de valores, apresento o que aprendi há quase 20 anos, quando o evangelicalismo ainda tinha algum respeito e a maioria ainda levava a sério a Ortodoxia Cristã. Vejamos quais são estes parâmetros:

1) Aquele que quiser ser o maior deverá ser como o que serve: É assim que encontramos no ensino de Cristo no Evangelho. O propósito de ser um líder cristão é servir a comunidade cristã, a Igreja, o corpo de Cristo em suas necessidades espirituais e também corporais, ou seja, integralmente dentro das necessidades reais de cada um. Isto nos conduz a pensar que o diferencial do líder cristão no serviço a Deus através do serviço a comunidade é a possibilidade de ele ocorrer não apenas dentro do templo, mas também fora. O que se propõe é que a liderança não fique restrita apenas ao exercício de atividades dentro do templo! Igreja é pessoas, portanto, o líder pode atuar também fora do templo! O foco é sempre servir!

2) Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade: A liderança cristã possui fases: o vocacionado ao ministério passa por todas elas antes de ser consagrado a líder. No chamado o cristão tem uma experiência pessoal com Deus que o convoca para o ministério. Independente de como isso acontece, a seguir vem a capacitação. Trata-se do preparo bíblico-teológico-sociológico a qual todo vocacionado experimenta com o propósito de servir. É nesta fase que se intensificam os estudos da bíblia, o curso teológico e as visitas acompanhadas de um líder mais experiente. Durante o processo de capacitação ocorre, pouco depois, a definição, isto é, qual a área em que o líder vai atuar de modo mais eficaz. Sabedor disto, o líder discipulador deve ser espiritualmente sensível permitindo o crescimento do vocacionado através da prática de exercícios de liderança na área em que atuará definitivamente e, finalmente, a própria liderança, o ápice, o ponto alto, o objetivo de todo vocacionado.

3) Tu porém fala o que convém ao ensinamento sadável. Exorta os mais velhos e aos mais moços se tornando em tudo exemplo mostrando respeitabilidade: Em paralelo a passagem pelas fases, o próprio Espírito Santo testifica no coração da Igreja que ele está fazendo uma obra na vida daquele determinado irmão em Cristo. O Espírito confirma aos demais cristãos o carisma de liderança na respectiva área de atuação estabelecida por Deus para a vida do respectivo vocacionado. A partir daí cabe a cada membro reconhecer e motivar o ministério desse cristão para que contribua para uma prática saudável.   

E o que podemos extrair de todas estas informações? Considerações bem simples:

1) Necessariamente estes três pontos não devem ser vistos como uma espécie de receita de bolo, algo mágico que resolve o problema do abuso espiritual ou a falta de compreensão do que realmente é e quais os limites da autoridade espiritual no contexto brasileiro; é certo que há mais coisas que devem ser ponderadas, contudo, é sabido que se estes princípios bíblicos forem aplicados antes da consagração de qualquer pessoa, o tempo será a grande testemunha apta a confirmar se a pessoa foi ou não chamada por Deus para liderar. Afinal, ela estará lidando com o povo de Deus e com Cristo o Senhor desta comunidade diferenciada e, não, uma comunidade qualquer.

2) Daí decorre que em se tratando de liderança cristã diretamente vinculada a Igreja institucional, ao templo, aos departamentos ministeriais, é interessante perceber como a obra de Deus é completa no que se refere ao vocacionado passar pelas fases do preparo para a liderança e como o próprio Deus prepara a comunidade para receber seu novo líder-servidor.

Portanto a diferença entre abuso espiritual e autoridade espiritual é que no caso do abuso, o líder pode não ter sido devidamente preparado considerando os aspectos bíblico-teológicos da liderança cristã ou nem mesmo ter sido chamado por Deus para ser um líder; já no caso da verdadeira autoridade espiritual, o líder cristão tem prazer em servir porque ele foi experimentado nos aspectos bíblico-teológicos e foi aprovado por Deus; consequentemente foi aprovado pela Igreja.

Então pergunto: Para você que se diz líder cristão, será que em algum momento você não cometeu algum abuso espiritual? E para você que também se diz líder, tem certeza de que foi o próprio Deus quem te chamou ou será que alguém pensou que você poderia “dar um bom líder”? E você aí que também se intitula líder, será que você passou pelo processo bíblico-teológico-sociológico para chegar a ser líder? Mas se o leitor que estiver terminando de ler este artigo não for líder, não se preocupe, saiba você também destes aspectos para que consiga identificar bons e maus líderes cristãos, servos de Cristo ou de si mesmo, que usam carinhosamente e amorosamente de autoridade ou abusam das pessoas espiritualmente.

Num tempo em que a Ortodoxia Protestante tem sido relegada a segundo plano em nome do hedonismo e do materialismo exacerbado, não abandonemos os ensinos genuinamente bíblicos em nome de sermos bem aceitos. Doa a quem doer, a Bíblia é a autoridade final e regra de fé e prática a todo aquele que se diz cristão e está inserido no corpo de Cristo, a Igreja; seja como leigo, seja como líder-servidor.

Pense nisto!

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